terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Bota-fora de 2009





Sabe aquela frase altamente chata, que sai sempre da boca de alguém: "Nossa! Já estamos em Dezembro, o tempo voou. "
Então, você se irrita quando escuta essa frase? Irrita porque virou jargão ou se irrita porque você é bobão?
Pense nisso. O que você fez em 2009 de construtivo? Mudou de vida? Virou punk? Organizou sua agenda? Passou em todas as matérias? Finalmente esbravejou e teve coragem de falar o que sente? Tomou um porre daqueles? Virou crente? Ou você foi bonzinho o ano todo e vai ganhar um presente bacana do Papai Noel?
Bonzinho é o cassete e Papai Noel não existe! A única coisa que evolui na ostra é a pérola, cara-pálida. Se você agiu como a Maria do Bairro por todo esse ano, se você acha que a vida é simplesmente lamuriar e chorar, faça um favor a você mesmo, rasgue o calendário de 2009 e apague suas lembranças, você não foi você e por isso não evoluiu. Não adianta fingir ser o que não é, temos que expurgar os monstros pra virarmos deuses. Expurgar monstros não é ser sem educação e nem perder a elegância, tenho que deixar isso claro, porque tem gente que distorce tudo que lê. Tem gente que usa a seguinte frase pra explicar o quanto é grosso: "sou assim mesmo e não vou mudar", então morre! Qual é o motivo de estarmos aqui? Evouluir. Tem gente que é uma simpatia só, mas é incapaz de segurar o elevador pra quem está vindo, não adianta nada ficar mostrando os dentes pra todo mundo e não ser elegante. Elegância é tratar o próximo com respeito.
Lembro-me de um filme que eu vi, ou uma série. Um dos caras era invisível e disse ao outro que com a sua invisibilidade ele comprovou que o ser humano é porco demais. Eu achei muita graça e pensei que na invisibilidade muita gente é ridícula fraca, depois que as cortinas se fecham e o público vai embora, tem gente que não é nada daquilo que aparenta ser, de doce passa a ser azedo em questão de segundos, é a conta de chegar em casa.
Sabe o que que eu prefiro? Prefiro pessoas que são capazes de mostrar o rosto sem máscara, que ainda assim conseguem separar seus problemas metáfisicos dos problemas dos demais, pessoas que mesmo sentindo dor é capaz de cuidar para que a gente tenha um dia melhor, pessoas que não se importam de compartilhar o que tem, gente desapegada, mas que também solta os cachorros quando é preciso, ou quando não é. Gente que ajuda qualquer pessoa sem olhar o que essa pessoa pode dar em troca.
Ser gente é ser gente, pô. Não é fingir simpatia e depois morrer de cirrose porque não consegue esconder sua própria acidez.
Pode ser ácido? Não! É melhor ser bravo, e falar o que sente para que o ódio vá embora com as palavras, é melhor isso a um falso perdão e deixar que a coisa fique remoendo a vida toda. Quem guarda rancor na geladeira amanhece azedo.
E eu? O que fiz? Bom, durante um tempo fiquei sem escrever e quem me conhece sabe que escrever pra mim é coisa xamânica, séria. Bom o que posso dizer é que eu errei, chorei, pedi desculpas, desculpei, fiz novos amigos, estressei, chorei de rir com meus amados alunos, realizei meu maior sonho, errei e acertei. No meu coração não tem mágoa, sendo assim, acredito que não preciso rasgar meu calendário de 2009. Tudo valeu a pena. Tudo. Desejo que em 2009 eu continue desejando o bem, que eu assuma meus erros e que consiga repará-los (não que eu queira errar), que eu confie mais nas pessoas e que eu tenha mais tempo para os meus amigos. Nesse ano de 2009, perdi algumas características escorpianas e ganhei um presentão: coragem.
E você? (isso realmente é um desejo de resposta)
Vai poder ficar com o calendário ou é melhor passar a régua?
Amor é a chave para que em 2010 tudo se torne melhor, "o que não se dá, se perde." Dê amor, experimente dar amor a quem você acha impossível doar. Amar o seu cachorro peludo é fácil. Tente amar quem te irrita, comece sorrindo pro cara que pede moedinha na porta da padaria, pense na história dele, todo mundo tem uma história, ninguém nasceu adulto. Respeitar e amar. É o que desejo pra todos nós.

Beijos na alma e namastê.

As moças da vida

                Não imagino Deus como um velhinho de barba branca com túnica azul-clara. Eu sinto que existe uma energia que move o mundo e essa energia me ajuda a perceber as coisas boas da vida, essa percepção acolhe minha alma e faz de mim uma pessoa melhor.
           Certo dia, fui ao dentista e passei pela  Praça da Liberdade, o canteiro da Praça repleto das rosas,  fiquei maravilhada com as cores, a beleza e a perfeição das flores. Deus existe! Nessas horas tenho certeza disso. Deus está dentro de mim, é parte de mim, e quando eu consigo ver uma rosa e me sentir feliz e agradecida, sei que é a minha parte divina se manifestando.
            Saí do dentista, atravessei a Avenida Brasil e entrei numa padaria. Sentei no balcão e a moça do outro lado sorriu pra mim,  deu um bom dia caloroso e disse: o que vai querer minha querida? Tem pão de queijo fresquinho, quer um? Ou você prefere um pastel que acabou de sair? Pode sentar, fique à vontade.
            Olhei pra moça ressabiada, com cara de elevador. Fiquei espantada com tamanha educação e agradeci por ela existir, por ela sorrir pra mim, por ela me acolher. Fui servida e fiquei observando, ela tratava todos que chegavam ao balcão de uma forma tão carinhosa que me emocionou. O meu vizinho de banco foi chamado pelo nome e ao conversar com ele, descobri que ele era freguês antigo e perguntei a ele se a "moça-sorriso" era sempre assim, ele disse que em muitos anos como frequentador da padaria somente um dia a viu cabisbaixa, foi quando a mãe dela morreu.
Meu pão de queijo estava delicioso e o café também, mas a comida é reflexo da atenção da moça com os clientes. Delícia é ser tratada com educação e respeito. Não sei o nome dela, não sei onde mora, e nem o que faz. Mas sei que assim como eu, ela tem problemas infinitos, porém ao acordar todas as manhãs, ela escolhe sorrir pra vida e para os clientes. Ela fez o meu coração vibrar.
            Outra moça que conheço que me encanta, é caixa do Banco Itaú, na Raja Gabaglia. Fico na fila esperando ser atendida e ela sempre me atende sorrindo, a energia dela é tão boa e ela é tão educada que dá vontade de ficar perto dela. Uma vez eu disse isso a ela, e ela respondeu que a vida não tem sentido se nos deixarmos ser contaminados pelos problemas, disse-me que os problemas existem, mas eles são mais fáceis de se resolver quando estamos sorrindo.
            Assim como a moça da padaria e a moça do Itaú, existem um monte de moças e moços nessa  vida que são pontos de luz. Essas pessoas equilibram as energias do mundo.
Há opções em nossas vidas, porque temos o direito de escolher como vamos nos comportar diante dos percalços diários. Abro os olhos todos os dias e posso traçar o meu destino. Sorrir ou chorar? Brigar ou amar? Agradecer ou reclamar? É uma escolha. Eu escolho procurar ser uma moça da vida e  vender meu sorriso, minha cordialidade e meu respeito em troca de um mundo melhor.
 
 

terça-feira, 27 de março de 2012

"Um belo dia resolvi mudar"

Mudar todo dia, seguindo a roda da vida, sem pensar em nada e nem esperando alguém que falta. Está tudo certo, não falta ninguém. Falta é a gente se amar mais, dançar sozinho e ter gratidão.
É... "aquele" SONHO CRESCEU. O sonho era simples: me entender, sentir a vida, sentir o amor e me entregar... "IR ANDANDO SEM PENSAR EM VOLTAR". Trocaria a eternidade por muitas noites, noites com risos soltos, com sexo bom, com abraços calorosos, com vibração diferente, com mirações divinas.
Existe vergonha? Só se prejudicar alguém, aí é crime e merece castigo.

sábado, 9 de abril de 2011

AGORA

O importante é o AGORA, nossa mente nos sabota a todo instante nos levando ao futuro e ao passado. Quando entendemos finalmente que nada mais importa a não ser este instante, milagres acontecem.
Negar o agora é negar minha essência. Um toque, um olhar, um cheiro. Eu decidi viver há algum tempo, e junto com essa decisão, resolvi abolir o medo da minha vida.
O que quero é o AGORA, e por querer somente isso, sou capaz de sentir tudo, estou vibrando de alegria. Eu sou o agora, eu sou o que acontece agora.
Que alegria!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Felicidade

Só queria dizer que estou feliz. Feliz e com esperanças.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Ego

"Se você não tiver nenhum ego, não importa se alguém diz que você é um idiota ou se alguém diz que você é um gênio. Não importa... são opiniões dos outros. Você sabe quem você é – você não depende da opinião dos outros. Seu ego depende. Seu ego o mantém um escravo da sociedade dentro da qual você vive. Comumente as pessoas pensam que o ego é uma coisa preciosa. Ele não é nada mais do que a escravidão delas." (OSHO)

quinta-feira, 12 de março de 2009

Qdo vc vê que seu filho cresceu, tem bons argumentos e é engraçado.



JØÄØ®½ diz:
Mãe, posso tomar Red Bull?


Carolina Sales diz:
Não. Nem pense nisso! Não e pronto e sem pq.


JØÄØ®½ diz:
Pq?


JØÄØ®½ diz:
se vc não me der uma resposta plausível eu tomo escondido
não tem alcool mãe


Carolina Sales diz:
pq eu não quero que vc saia voando por aí.
Pq ele é uma bebida pra gente que dorme pouco e rala demais.
Suas atividades estão te deixando desgastado? Largue uma.
Não justifica violentar nossa natureza com uma bebida fabricada.


JØÄØ®½ diz:
mãe
não quero tomar porcansaço
querp experimentar
estou numa fase q quero conhecer as coisas dqa vida


Carolina Sales diz:
hahahahahaha
daqui a pouco vai querer experimentar coisas ilícitas.
Red Bull tem gosto de xixi e custa 7,00.
vc pagaria 7,00 por 200 ml de xixi?

JØÄØ®½ diz:
o q é ilícitas?


Carolina Sales diz:
drogas ( neste contexto)


JØÄØ®½ diz:
ahn
tá bom vc só me conveceu por causa do gosto de xixi
mas eu magoei com vc
vc naum conhece meu caráter
naum perderia minha vida e deixaria de praticar esportes por drogas


Carolina Sales diz:
Amado, eu falei brincando, pq eu achei engraçadíssimo vc falando que quer experimentar as coisas da vida.
não se magoe, conheço seu caráter sim.


JØÄØ®½ diz:
to com raiva de vcc


Carolina Sales diz:
Vc é um filho maravilhoso, não fique com raiva


JØÄØ®½ diz:
to brincando[


Carolina Sales diz:
foi só uma brincadeira.
Ufa.


JØÄØ®½ diz:
naum fico com raiva de vc por mais de meia hora

Carolina Sales diz:
Nem eu.
E sobre esse lance de experimentar a vida.
É esse o caminho, mas com cautela e que não prejudique ninguém, nem vc.


JØÄØ®½ diz:
o fred tava aqui e mandou um abraço

Carolina Sales diz:
manda outro.
Entendeu o que eu disse?


JØÄØ®½ diz:
naum
to pesquisando sobre economia globalizada


Carolina Sales diz:
então daqui há uns anos voltamos ao assunto, enquanto isso sempre me pergunte se pode, ok ?

JØÄØ®½ diz:


Carolina Sales diz:
eu confio em vc.
acredito e confio em vc
te amo


JØÄØ®½ diz:
nossa q papo mais chato


Carolina Sales diz:
tem razão.
tudo por causa de um red bull, tá vendo? Esse trem não presta. Kkkk


JØÄØ®½ diz:
q graçal

*que graça.


Carolina Sales diz:
ri mais ainda
gargalhando

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Refil

Texto da minha amiga Chris. Dona do www.bolhamuda.blogspot.com, achei perfeito.

Muitos chegam como uma oportunidade imperdível, outros chegam como uma surpresa que vale a pena tentar. Investe-se caro em qualquer um deles, tempo, dinheiro , paciência...e no fim , quando você não investe mais percebe que eles melhoraram..aliás é o que todo mundo acaba pensando. No entanto você sabe que sem sua presença anterior nenhum dos bons frutos recolhidos seriam possíveis,mas não há reconhecimento....quase uma dor paterna ...ou maternaMas o que mais me tranquiliza é saber que enquanto alguns precisam de tábuas alheias eu tenho a fortuna da vontade e trampulim próprios.

Eu quero!

Preciso de um desses!

sábado, 15 de novembro de 2008

Clarice Lispector escreveu o que ando sentindo...

"Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu! E como hoje busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser, o meu atalho, já que não ouso mais falar em caminho. Eu que tinha querido. O Caminho, com letra maiúscula, hoje me agarro ferozmente à procura de um modo de andar, de um passo certo. Mas o atalho com sombras refrescantes e reflexo de luz entre as árvores, o atalho onde eu seja finalmente eu, isso não encontrei. Mas sei de uma coisa: meu caminho não sou eu, é outro, é os outros. Quando eu puder sentir plenamente o outro estarei salva e pensarei: eis o meu porto de chegada".

Estou procurando sentir o outro, mas é difícil.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Eu tenho orgulho do meu filho quando...

_Manhêeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!!!
_Me ajuda aqui!
_Que isso João, não grita, esqueceu sua chave?
_Não, mãe! Olha o que eu achei na rua? Eu estava voltando da aula, ouvi uns miados e vi esse gatinho em cima da árvore. Joguei minha mochila no chão, subi na árvore e peguei ele.
_Meu filho, você está coberto de razão! Tenho orgulho de você!
Ele não titubeou, fez o que o que era certo. Resgatou um ser que corria risco de vida.
Me emocionei porque como toda mãe, sempre me pergunto se eu estou fazendo o certo na educação de meu filho. Pelo menos tenho agora um pouco de certeza.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Um domingo, um aniversário, muita cerveja...

Como diriam Ana Carolina e Seu Zózi: "É issaíiiii...."A gente soma os fatores e só podia dar nisso...Acompanhem a sequência de fotos (ou provas documentais pictográficas enababescas incontestáveis...)






"_Gabi, posso dar um choquinho no xerôso?
_Pode, Carol...Smack...
_Posso dar um choquinho em vc, Gabi?
_Pode, Carol...
Ao fundo, uma tocedora tenta acordar do transe futebolístico...
_VAI, LAZARENTO, FAZ O GOL, FELADUMAÉGUA... (plim)... Uai, tá rolando choquinho?
_Tá, prima...
_A de fora é minha...Smack
_Prima, sua vez...
_Choque-me como vc nunca me chocou, prima...Smack... shhhhh...
_Carol, cê chocou o nariz da Maíra...
_Na nossa família é assim, saca? Pena que não tava rolando Sepultura...
_Como assim?
_Ah, ia lembrar o casamento da minha tia. Na hora que o padre mandou os dois se beijarem, rolou uma música do Sepultura e ela beijou o nariz do meu primo...
_Do seu tio, vc quer dizer...
_Não, do meu primo... É todo mundo parente... ela casou com o irmão do primo da sobrinha da mãe dela...
_Nossa, que complexo...
_Cê nem imagina... pelas contas que fiz, a Maíra é minha prima de 15° grau, mas tb podia ser minha tia de 4° grau, minha irmã de 3° grau e há uma leve suspeita de que ela pode ser meu contraconcunhado...
_ContraconcunhadA...
_Não, bixo, é O mesmo... tem um contraconcunhado desaparecido na nossa árvore genealógica, e a galera acha que é a Maíra, saca? Por isso que vou casar com ela depois dos 65 anos...
_Mas vcx não foram criadas prá casar, vc mesma disse...
_Nossa família não se liga em preconceitos, nem nos que ela mesma criou, saca? A gente é revolucionário. Falou que NÃO, a gente faz. Falou que SIM, a gente pensa...
_E vcx viverão felizes para sempre...
_Não... é mais um preconceito... eu vou casar com ela pq eu vou matar essa prima..."



Esse texto é do Divaldo, e é claro que ele colocou as impressões dele, o estilo dele, toda a criatividade dele, nessa narração.
Meu aniversário foi tudo de bom e mais um pouco. Obrigada a todos que foram, isso tem uma importância danada pra mim.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Quase nada

Zeca Baleiro
Composição: Zeca Baleiro e Alice Ruiz
De você sei quase nada

Pra onde vai ou porque veio

Nem mesmo sei

Qual é a parte da tua estrada

No meu caminho

Será um atalho

Ou um desvio

Um rio raso

Um passo em falso

Um prato fundo

Pra toda fome

Que há no mundo

Noite alta que revele

Um passeio pela pele

Dia claro madrugada

De nós dois não sei mais nada

De você sei quase nada

Pra onde vai ou porque veio

Nem mesmo sei

Qual é a parte da tua estrada

No meu caminho

Será um atalho

Ou um desvio

Um rio raso

Um passo em falso

Um prato fundo

Pra toda fome

Que há no mundo

Se tudo passa como se explica

O amor que fica nessa parada

Amor que chega sem dar aviso

Não é preciso saber mais nada

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Embriague-se



É preciso estar sempre embriagado. Isso é tudo: é a única questão. Para não sentir o horrível fardo do Tempo que lhe quebra os ombros e o curva para o chão, é preciso embriagar-se sem perdão.Mas de que? De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser. Mas embriague-se.E se às vezes, nos degraus de um palácio, na grama verde de um fosso, na solidão triste do seu quarto, você acorda, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, pergunte ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, pergunte que horas são e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio lhe responderão: "É hora de embriagar-se! Para não ser o escravo mártir do Tempo, embriague-se; embriague-se sem parar! De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser".


Charles Baudelaire

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Travesseiro

_João, tá na hora. Acorda.
_Mãe, posso levar o travesseiro pra aula?
_Tá louco, menino? Vai arrumar, anda.
Saindo de casa...
_Pra quê você queria levar travesseiro?
_Porque as cadeiras são desconfortáveis e eu combinei com uns amigos de levar pra sentar.
_Pode levar então.
_Vou não, eu não sou doido? Então.
´¬¬`

terça-feira, 26 de agosto de 2008

João entra na cozinha cantando:

"to chêi de ódio no piru e ninguém vai me segurarrr"
_Meu filho, que música é essa? Ondde vc aprendeu isso?

_Meu tio Artur que me mandou.
Artur investindo na cultura do sobrinho. Aff

Cadê meu menino?

Aula de Psicologia

Professora:
Leiam o texto de Piaget e formulem questões para debatermos na próxima aula. Alguém aqui tem filho adolescente? Vocês vão entender o que acontece nessa fase, mas na minha teoria, toda criança quando faz 12 anos é abduzida e os ET’s colocam um genérico no lugar dos nossos filhos que são devolvidos quando fazem 16,17, 18 anos. Alguns nunca são devolvidos. Já se pegaram perguntando se esse é realmente a criança que vc conviveu a vida toda? É isso.
¬¬

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Eu sei que você não está mais aqui



Conviver com perdas é tarefa difícil, alguma coisa fica cinza dentro da gente, cinza e vazio. Difícil para outras pessoas entender o que acontece dentro da gente, difícil para outras pessoas mensurar a dor da gente, o amor da gente. Tem dor que é só da gente.

Na maior parte dos meus dias convivo bem com a vida e até fico alegre com um sol bobo depois do almoço, mas tem dia que eu acordo oca e tem vez que eu espero resposta positiva de algum teste ou acontecimento na minha vida e não tem como ligar pra vc e pedir pra rezar pra mim. Sua reza era a mais poderosa do mundo, sua torcida era a mais importante, e meu diploma nem vai ter tanta graça mais...

Tem domingo que parece que minha garganta vai explodir, de tanta vontade de chorar. Mas eu seguro, tenho que ser forte. Sinto saudade do seu frango assado com cebola e bacon, da cervejinha em lata que a gente tomava antes do almoço enquanto conversávamos, sinto saudade do cochilo depois do almoço e de você reclamando:"_Carolina só vem aqui pra dormir." Significava que vc gostava da minha presença. Sinto falta até da sua chatice e de quando você era rabugenta. Sinto falta do seu cheiro de vó, da sua risada e da sua fé em mim. Você acreditava em mim. Sinto falta do seu amor pelo João e do seu cuidado com ele, sinto falta do sua tosse nas manhãs de sábado só pra me acordar. Tá certo, antes eu tinha raiva, agora eu sinto falta. rs

Nosso último contato foi no hospital antes de vc passar mal, vc estava deitada e eu sentada ao lado da sua cama, me debrucei e adormeci com o seu cafuné. Foi nosso último momento.

Sinto falta da sua voz, da sua cumplicidade, do seu amor, dos seus olhos azuis, do seu frango, do seu bife, sinto falta de alguém cuidando de mim. Sinto falta de você. Há dois anos você partiu e não importa quanto tempo vai passar, a dor não passa. Eu tento é arrumar um modo de conviver bem com isso e sorrir para a vida.

Engraçado que eu não guardo datas, mas hoje precisei arrumar a gaveta de um móvel aqui do trabalho, e achei seu santinho. Olhei para a data e vi que era hoje. Precisava te dizer isso e escrevendo eu viro água e me sinto mais leve. Eu amo você.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Tem coisa que só escondida num intervalo do mundo

Adoro as crônicas da Maitê Proença, e gosto muito dela também. Não a conheço pessoalmente, mas por ler sobre sua vida e vê-la em revistas ou no programa Saia Justa, me tornei uma grande fã. Um dia vendo uma entrevista, o apresentador perguntou como ela faz pra levar a vida diante das tragédias que ela vivenciou quando menina e ela respondeu: _Eu escolho todos os dias ao me levantar se vou sorrir ou chorar e eu prefiro sorrir.
Só quem perdeu a mãe ou o pai, ou os dois, sabe do vazio que Maitê fala nessa crônica e só quem passou por situações como a que ela viveu, de encontrar com "outra Maitê" entende o quão é tocante o que ela escreveu sobre o encontro. A Ana me entende, muitas vezes, tratamos do nosso vazio no silêncio de um olhar cúmplice.
Beijos a todos!
Carol
Revista Época - 2005
A mãe dela havia morrido de crime. A minha também. Não importava. O impacto de um crime dói na época e fica lá. A coincidência que nos unia era outra, um segredo.Há três anos, na Páscoa, fui fazer Maria numa encenação da Paixão de Cristo em Nova Jerusalém, interior do Pernambuco. A região é daquelas que a gente vê no Jornal Nacional quando ele resolve mostrar os limites do ser humano, com a terra seca de rachar o chão. Ali perdido no meio do nada há um imenso teatro ao ar livre - o maior do mundo - aonde todos os anos encena-se a saga de Jesus na sexta santa, sábado de aleluia e domingo de Páscoa. Parece um fenômeno místico que tanta gente se interesse em viajar tão longe pra ver um punhado de atores representando uma história batida pra caramba, mas o fato é que o público chega aos milhares e do mundo inteiro, tanto que os avisos de introdução ao espetáculo são dados em 4 idiomas. No ano em que estive, a atriz Flavia Alessandra fazia Maria Madalena, Miguel Falabella encarnava Pilatos e Luciano Zafir, Herodes. Um ator pernambucano, muito bom, era Jesus (esqueci seu nome porque na minha memória habita uma toupeira) e eu fazia sua mãe. Os soldados, centuriões e demais personagens eram vividos por atores de Recife, e as centenas de figurantes vinham das redondezas daquele sertão sem fim. Estes últimos eram uma gente simples e piedosa cuja vida, hoje, não difere muito daquela de 2000 anos atrás na Jerusalém de verdade.Pra que isso fique claro, devo confessar que verter lágrimas em cena de novela não é coisa simples pra mim - as situações não me parecem a altura do ponto em que tenho que ir pra catar meu pranto. No entanto ali, olhando em volta aquela gente que também nunca aprendeu a chorar, a cada noite de Maria, me escorriam cataratas seculares. Chorei um mundo. Inundei o solo do sertão.Um dia durante os ensaios que antecediam às apresentações, com o sol se pondo lá onde a terra termina, aconteceu uma conversa boa. A mulher caracterizada de "povo" tinha uns 40 anos, talvez 30, não dava pra saber. De seu ponto na cena, ela, havia alguns dias, me observava quieta e séria. Falei primeiro:-É bonito isso que a gente tá fazendo. Dá um nó no meio do peito.Pausa.-É.- Você é daqui da região?-É.-Tem família?-Três meninas. O marido foi embora num voltou.-Tenho uma filha também de dez anos, e não tenho marido. Sua mãe te ajuda a cuidar das crianças?-Tenho não.-Eu também não.Pausa longa.E eu:-Você sente falta da sua mãe?-É... Dá um nó no meio do peito.Ela queria dizer mais alguma coisa, mas não tinha as palavras. Pra que não se perdesse o momento, cavei um pouco mais:-A gente perde uma pessoa querida e fica aquele buraco, filho não preenche, amiga, marido, trabalho. É bom de ter mas não tira o buraco dali. A gente tem que se virar pra viver com aquilo dentro. Até hoje quando fica muito ruim, eu choro do esforço pra acostumar com as perdas que tive.A mulher me olhou incrédula e depois de um tempo de perplexidade, disse:-Eu nem sabia que podia chorar, choro escondida, nunca ninguém viu.Pausa.Posso pegar a sua mão?Estendi a mão, ela pegou. Aquela cabocla e eu tínhamos um entendimento infinito de algo que nós duas, vidas tão distintas, sentíamos igualzinho.Nos dias que seguiram conversamos de um tudo, rimos, contamos casos... Só não choramos porque ali ninguém era de fazer essas coisas. A Mãe de Deus era personagem, não contava. Eu mesma, assim como Tereza irmã do sertão, sou cabra macho - tem coisa que só escondida num intervalo do mundo...Maitê Proença

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Profeta?


"Tempo virá em que do obscuro gabinete do escritor a pena governará o mundo...Uma palavra que cair do bico da pena daí a uma hora correrá o universo por uma rede imensa... falando por milhões de bocas, reproduzindo-se infinitamente como as folhas de uma grande árvore ."

(José de Alencar, Diário do Rio de Janeiro, 27 de maio de 1855)

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Grupo Corpo


Ontem fui a uma apresentação do Grupo Corpo, na UFMG.



7 OU 8 PEÇAS PARA UM BALLET (1994)

Coreografia: Rodrigo Pederneiras

Música: Philip Glass / UAKTI

Cenografia: Fernando Velloso

Figurino: Freusa Zechmeister

Iluminação: Paulo Pederneiras

Eu fiquei emocionada e orgulhosa. É bom demais ver umas coisas lindas assim e saber que é feito por brasileiros. Fiquei pensando como é possível os movimentos serem tão sincronizados e tão poéticos. O que os bailarinos fazem com o corpo é de arrepiar. Sinceramente, emocionante! A música é linda, a coreografia perfeita e os bailarinos são tão maravilhosos que conseguem imitar movimentos de bichos. É muito lindo.
O único problema do espetáculo é que como foi de graça, ficou LOTADO, e muitas pessoas não têm educação e nem senso de cidadania. Fiquei chocada com o falta de respeito de muita gente que ficou em pé, sem se preocupar com quem estava atrás, sentado e esperando que algum milagre acontecesse e os egoístas se sentassem.
Infelizmente, vivemos num país onde as pessoas não se respeitam, não exercem a cidadania. Minha tia disse que estava sentada no primeiro ato e na hora do intervalo ela se levantou para esticar as pernas (sem sair do lugar) e em um segundo uma mulher se jogou nos pés da minha tia e sentou onde ela estava. Pode? Rolou um conflito, mas não adiantou, minha tia teve que ver o segundo ato em pé.
Vi cenas dignas de animais. Não! Animais são mais evoluídos do que muitos que estavam lá. Gente gritando, gente jogando água nos que estavam em pé, gente se empurrando. Horrível.
Assisti a dois espetáculos; um do Grupo Corpo (quem me dera ter grana pra assistir a um espetáculo deles no palácio das Artes) e ao circo dos animais que estavam presentes. Fiquei com vontade de chorar, pessoas assim não merecem assistir a uma apresentação tão maravilhosa. O povo precisa de pão e circo, e gentalha precisa de aula de educação e cidadania.




quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

As moças da vida



Não sei falar sobre Deus, não o imagino como um velhinho de barba branca com túnica azul-clara. Mas eu sei que existe uma energia que move o mundo e essa energia me permite perceber coisas boas da vida, e essa percepção acolhe minha alma e faz de mim uma pessoa mais feliz e confortada.
Hoje eu fui ao dentista na Avenida Brasil na altura do número 1700, desci do ônibus, na Praça da Liberdade e resolvi passar por dentro pra cortar caminho e porque eu gosto das fontes de lá.
Passei por um canteiro de rosas vermelhas, que pareciam de veludo, tão vermelhas quanto o batom que a Madona usava quando fez um filme nos anos 80. Vermelho sangue, vermelho vida.
O canteiro estava repleto de rosas e eu fiquei maravilhada com a cor, com a beleza e perfeição. Parei, olhei, extasiei. Pronto. Deus existe. E Deus está dentro de mim, é parte de mim, quando eu consigo ver uma rosa e me sentir feliz e agradecida, sei que é a minha parte divina se manifestando.
Saí do dentista, atravessei a Avenida Brasil e entrei em uma padaria. Sentei no balcão e a moça do outro lado, sorriu pra mim, me deu um bom dia caloroso e disse: o que vai querer minha querida? Tem pão-de-queijo fresquinho, quer um? Ou você prefere um pastel que acabou de sair? Pode sentar, fique à vontade.

Calada por uns segundos, olhando pra ela com cara de elevador (aquela cara que fazemos dentro de um elevador cheio de estranhos). Fiquei boba, chocada, como diz uma amiga. Fiquei agradecida por ela existir, por ela sorrir pra mim, por ela me acolher. Fui servida e fiquei observando a moça enquanto comia, ela tratava todos que chegavam ao balcão de uma forma tão carinhosa que emocionei. O meu vizinho de banco foi chamado pelo nome, descobri que ele era freguês antigo e perguntei a ele se a moça-sorriso era sempre assim, ele disse que em muitos anos como freqüentador da padaria, somente um dia a viu cabisbaixa, foi quando a mãe dela faleceu. Meu pão-de-queijo estava delicioso e o café também, mas a comida é reflexo da atenção da moça com os clientes. Delícia é ser tratada com educação e respeito. Não sei o nome dela, não sei onde mora, e nem o que faz. Mas sei que assim como eu, ela tem problemas infinitos, mas quando ela acorda todas as manhãs, ela escolhe sorri pra vida e para os clientes. Ele fez o meu coração vibrar.
Outra moça que conheço que me faz feliz é caixa do Banco Itaú aqui do lado da Minas Print, Raja Gabaglia, altura do número 4000. Quando eu recebo meu salário, tenho opção de pedir pra alguém que está indo ao banco trocar o cheque, trocar o meu também, mas eu prefiro ver a moça, fico na fila esperando ser atendida por ela. Porque ela atende sorrindo, os olhos dela falam, e ela atende a todos com uma educação e amor, que dá vontade de ficar perto dela. Uma vez eu disse a ela que eu gostava de ser atendida por ela, só pra ter o prazer de vê-la sorrir (ela só fica sorrindo), e ela respondeu que a vida não tem sentido se deixarmos ser contaminados pelos problemas, ela me disse que tem problemas, mas eles são mais fáceis de resolver se ela está sorrindo.

Assim como a moça da padaria e a moça do Itaú, existem um monte de moças e moços nessa vida que são luz, e o mundo seria melhor se sorríssemos como eles.
Existem opções em nossas vidas, porque temos o direito de escolha. Abro os olhos todos os dias e posso traçar o meu destino. Sorrir ou chorar? Brigar ou Amar? Agradecer ou brigar? É uma escolha.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Feli e Rita Lee


Ontem, voltando pra casa, de carona com a Aline, começa a tocar no rádio a música "Caso sério". A Rita Lee canta, mas creio que a música seja do ex-marido da Elis, esqueci o nome dele. Camargo Mariano eu acho.
Me veio em mente uma cena que vivi aos 8 anos de idade, eu morava em Timóteo, era sábado. Mamãe saiu pra fazer sei-lá-o-que e eu estava brincando na rua, ela chegou e me chamou dizendo que havia comprado um presente pra mim. E vi que era um disco de vinil, nessa época não existia CD. Abri o presente, imaginando ser algo do tipo "Saltimbancos II" e me deparei com um disco da Rita Lee. Eu, Carol, 8 anos, acabava de ganhar um disco da Rita Lee e só tinha música boa.
Eu me senti tão importante, tão feliz, tão dona de mim... Como foi bom relembrar esse dia.
Algumas lembranças me fazem ficar feliz de novo, não como no dia, mas é um refresco pra alma.
Minha mãe era muito legal, muito maravilhosa e muito alegre.
Se tenho traumas? Claro! Mas um dia posto sobre isso, ou não. Por hoje só queria dizer que minha mãe me deu um disco da Rita Lee quando eu tinha 8 anos de idade e a Marilaine (amiguinha), ficou morrendo de inveja. hahaha.
Eu amo minha mãe. E ela faz falta.
E vocês? Lembram de algum momento na infância que ainda hoje trás um sorriso?
Me conta.

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Tim e Vanessa
Composição: Gladston / Tim

Olha o mundo a tua volta
Mas não te esqueças de ti
Tens a força das árvores
A beleza das flores
A pureza das águas e muito mais ...
Tu tens a importância do sol
E o encanto da luaA liberdade dos pássaros
O poder das sementes
A fluidez dos ventos e muito mais...
Tu és mais que matéria
Que atração e sensação
Que instinto e mecânica
Não ignores a força que nos faz especiais
Rega-te flor, acende-te sol
Fortalece-te tronco
Purifica-te água, liberta-te pássaro
Flui-te ó doce vento
Voa em ti, sê pelos seres
Sê deus prá eles, quanto Deus é para ti

Liberdade

Liberdade
Pés no chão e liberdade mental